sexta-feira, 9 de abril de 2010

noite

tem quem reclame da noite, do escuro, do silêncio.
no escuro não tem como olhar pro outro, culpar o outro, reclamar do outro.
o escuro me obriga a olhar o meu umbigo.
no escuro não tem como não ouvir o nosso barulho, os nossos medos, os nossos sonhos (que podem dar mais medo do que os próprios medos)
o silêncio da noite faz com que eu me ouça, independente da altura da tv.
a noite esconde tudo, mas aflora o que só eu posso ver.

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